Programas de conservação de espécies: o que são e para que servem?
Frequentemente os Zoos falam da sua participação em programas de conservação de espécies, comumente referidos como EEPs. Neste artigo vamos explicar-te qual a sua origem, como têm evoluído e, na prática, do que se tratam. Curioso? Vamos a isso!
O que são os EEPs?
- EEP é a sigla para Programa Ex situ da EAZA.
- Quem é a EAZA? É a Associação Europeia de Zoos e Aquários.
- E os EEPs? São programas de gestão de populações para espécies de animais ao cuidado dos Zoos membros desta associação.
Os primeiros Programas de Reprodução cooperativos surgiram em meados dos anos 80. No passado estes programas baseavam-se no paradigma da “Arca de Noé” e tinham como principal objetivo a manutenção de populações de cativeiro saudáveis que pudessem dar apoio às populações selvagens caso fosse necessário. Pretendia-se populações fechadas de apoio a longo termo, demograficamente estáveis e suficientemente grandes para manter 90% da diversidade genética da população original durante 100-200 anos.
Hoje em dia a EAZA e as outras associações regionais possuem estruturas organizacionais bem desenvolvidas para a gestão de populações Ex situ em larga escala. Os programas não são apenas baseados na tradicional análise de pedigree, mas existe uma abordagem multidisciplinar, com recurso a técnicas de genética molecular, à reprodução assistida, aos biobancos, entre outras áreas.
Conservar, reproduzir e proteger
Atualmente o propósito dos EEPs é possuir e manter populações saudáveis de animais selvagens dentro da EAZA e além da EAZA.
Por isso, em 2017, a EAZA criou uma nova estrutura de gestão de populações, seguindo a nova abordagem promovida pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), a qual criou o “One Plan Aproach”. Este envolve uma abordagem integrada das espécies e pressupõe que os programas Ex-situ trabalhem em conjunto com projetos de conservação In-situ. Isto é, pretende-se que os Zoos trabalhem em conjunto com as organizações conservacionistas que protegem as espécies em estado selvagem.
Neste momento a EAZA possui EEPS para mais de 400 espécies diferentes, para os quais são definidos Planos de Gestão a Longo Termo. Cada programa possui objetivos genéticos e demográficos, mas também objetivos de educação e de conservação da espécie no habitat natural e inclui estratégias e atividades para que esses objetivos sejam alcançados. Neste sentido, os Zoos formam um pilar da estrutura necessária para salvaguardar o futuro.
O Zoo de Lourosa coordena atualmente 2 desses programas, o do Urubu-rei (Sarcoramphus papa) e o do Calau-de-casco-cinzento (Ceratogymna atrata).
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