Adaptar para cuidar: máscaras únicas para bicos exigentes
Já usaste uma máscara de nebulizador para aliviar uma constipação teimosa, tua ou dos teus filhos?
Aquela máquina que produz vapor de soro fisiológico, recomendada pelos médicos, e que tem uma pequena máscara que nos transporta para o imaginário de um aviador no seu cockpit? Pois bem, por muito narigudo que seja o ser humano, nunca foi necessário criar máscaras específicas para o uso em nebulizações ou anestesias.
Nas aves, porém, o cenário é bem diferente. Com uma enorme diversidade de formatos de bico e posições anatómicas das narinas, é impossível utilizar uma máscara anestésica polivalente para todas as espécies, por mais moderna que seja.
O desafio de anestesiar aves
Quando uma ave é anestesiada no Zoo de Lourosa para um procedimento veterinário, o método mais comum é a utilização de um gás anestésico — o mesmo usado em blocos operatórios de hospitais para humanos. O desafio, como já perceberam, não está no anestésico, mas sim na adaptação da máscara ao bico de cada espécie.
Imaginem só: anestesiar um papagaio com o seu bico curvo, uma cegonha com um bico longo, um colhereiro com o seu bico em forma de colher, uma coruja cuja face achatada exige que toda a cabeça se encaixe na máscara, ou, um dos maiores desafios, um pelicano com o seu bico de 50 cm de comprimento e a grande bolsa característica.
Criatividade ao serviço do bem-estar animal
Se “chapéus há muitos”, como diz o velho ditado, garrafas de plástico e outros recipientes são ainda mais abundantes. Num esforço de reutilização de materiais, o Zoo de Lourosa corta aqui, cola acolá e adapta estas embalagens para criar máscaras especiais que se moldam aos bicos mais exigentes.
Ainda não acreditas? Espreita a fotografia deste artigo para veres a “figurinha” de astronauta que o nosso pelicano recém-chegado está a fazer com a sua máscara adaptada.
Bons sonhos!
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