Como é feita a gestão da coleção do Zoo de Lourosa
Algumas das questões que mais intrigam os nossos visitantes estão relacionadas com a origem das nossas aves e o destino dado àquelas que nascem no Zoo.
Tratando-se de uma coleção de aves na sua maioria exóticas, de espécies nativas dos quatro cantos do mundo, frequentemente somos questionados sobre a forma como estas são adquiridas. Neste artigo vamos-te responder a esta questão e contar-te um bocadinho da nossa missão enquanto único Parque Ornitológico do país.
Evolução do conceito “Jardim Zoológico”
Sabemos que na sua origem os Zoos eram locais onde pessoas endinheiradas exibiam animais, capturados na natureza, como troféus. Eram meras exposições de seres vivos sem qualquer intuito educativo ou de preservação das espécies.
As instalações destes zoos eram pobres, não contemplavam o bem-estar animal, e apenas se tratava de manter os animais vivos. No entanto, ao longo dos tempos, o conceito de Jardim Zoológico foi evoluindo no sentido de os Zoos se tornarem locais de referência para a preservação das espécies. Como bem sabes, é aqui que o Zoo de Lourosa se enquadra e foca a sua missão.
Durante muitos anos, à medida que centenas de espécies foram sendo capturadas e levadas para Zoos e coleções particulares em todo o mundo, também os seus habitats naturais foram sendo destruídos. Neste sentido, os Zoológicos modernos começaram a investir cada vez mais no bem-estar animal, a apostar em condições para reproduzir espécies e a trabalhar em rede com o intuito de desenvolver programas de conservação de espécies ameaçadas e criar populações de cativeiro sustentáveis.
Atualmente nenhum animal é capturado no seu habitat natural por estas instituições, pelo que todas as aves que chegam ao Zoo de Lourosa são provenientes de outros Zoos, na sua maioria Europeus.
Um voo coletivo rumo à conservação
Hoje em dia os Zoos trabalham em conjunto para preservar espécies, pelo que as transações de animais não têm qualquer valor comercial. Estes são transferidos entre coleções, frequentemente após recomendação do coordenador da espécie ao nível da Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA). Desta forma, chegam regularmente a Lourosa aves oriundas de outros parques e várias crias nascidas na nossa coleção são enviadas para diferentes Zoos.
Este trabalho conjunto vai além de manter populações viáveis das várias espécies em cativeiro. Os Zoos atualmente trabalham também com organizações conservacionistas, desenvolvendo em conjunto projetos de conservação in situ que visam restaurar os habitats naturais e reintroduzir espécies na natureza.
Várias espécies existentes nos Zoos encontram-se extintas em habitat natural e é graças à dedicação da comunidade zoológica à sua preservação que estas espécies sobrevivem até aos dias de hoje. O Faisão-do-vietname e a Maina-de-bali são dois exemplos deste esforço que integram a coleção animal do nosso Zoo.
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